Ballet Nacional da Rússia se despediu do Brasil após passar por 18 cidades
Pela primeira vez na história, "O lago dos cisnes" foi apresentado em 18 cidades brasileiras Foto: RIA Nóvosti |
No mesmo dia (20) em que a companhia estava arrumando as malas para a viagem de volta à Europa – 120 malas de figurinos, 200 sapatilhas e 45 malas de cenografia –, alguns bailarinos e o vice-diretor do Ballet Nacional da Rússia, Victor Davidov, foram homenageados em uma recepção organizada pelo consulado geral da Rússia em São Paulo.
Na ocasião, também foi comemorado o Dia Nacional da Rússia, transcorrido em 12 de junho. Os convidados e principais integrantes da comunidade russa de São Paulo foram saudados pelo cônsul, Mikhail Troiânski. Graças ao empenho pessoal do cônsul e aos patrocínios dos empresários Olacyr de Moraes e Serguêi Chak que foi possível realizar a maior turnê de balé russo já ocorrida no Brasil, com apresentações de “Gisele” e “O Lago dos Cisnes”.
“Pela primeira vez em nossa história apresentamos a arte do balé russo em 18 cidades brasileiras. Dado o sucesso extraordinário, uma coisa é certa: estaremos de volta no ano que vem”, disse o líder do grupo, Victor Davidov.
“A produção do Ballet Nacional da Rússia para "O lago dos cisnes", embora retome a coreografia de Marius Petipa que consagrou a peça desde 1895, tem uma certa atualização do seu diretor”, disse o crítico Antônio Hohlfeldt, do “Jornal do Comércio”, sobre a apresentação em Porto Alegre. Porém, Hohlfeldt também criticou a performance geral classificando-a como “burocrática, com uma coreografia tradicional e conservadora, sem grandes lances de criatividade”.A presença dos bailarinos e bailarinas deu um colorido especial e trouxe um agradável burburinho aos salões austeros do consulado. Apesar de a idade deles variar entre 18 e 25 anos, eles não são iniciantes. A maioria veste as sapatilhas por volta dos oito anos, como é o caso de Nikita Mikhailov, que foi um dos destaques da temporada aos 19 anos.
A temporada iniciada em 11 de maio também enfrentou algumas dificuldades, como a apresentação em Joinville, por exemplo, que foi cancelada por falta de procura de ingressos – talvez devido ao preço (R$160). Em outras cidades, os ingressos foram vendidos a R$300. Mas nada disso desanimou aos solistas, como a consagrada Svetlana Ustiujaninova. “Nós somos como os pioneiros, temos uma missão, isto é, levar a arte do balé russo ao Brasil. E a nossa missão foi cumprida”, disse a solista.
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